Arquitetura Dinâmica_Arq.º italiano

Análise do ambiente_Protetor

Considerando as variáveis discutidas até este ponto, podemos destacar que apenas uma mínima intervenção precisa ser realizada no ambiente. Vejamos: trata-se de uma residência, em Salvador, com fachada na orientação sudeste (Az: 155.55), latidude 13º, que recebe ventilação e radiação solar em determinados horários (como pode ser analisado em imagens produzidas pelo software LuzdoSol). Considera-se que a luz que penetra na sala, em algumas datas, de maneira mais intensa (verão), é aceitável, logo utilizar um protetor opaco (um telhado de cerâmica p.ex.) que evite a sua entrada poderia impedí-la em todos os outros horários, inclusive. 

A opção trata-se de um telhado com estrutura em madeira, vazado nas laterais (ângulo Beta), com telhas de vidro decoradas ou com espessura maior e fosco, pois assim não ficaria o ambiente prejudicado na iluminação. O seu ângulo Alfa atende à inclinação desejada e a extensão do Gama é desnecessária, apenas cobrirá a abertura (janela de 1,20mX1,20m) com afastamentos laterais em 0,50m. os elementos decorativos podem ser diversos, desde que atenda o entorno da residência, a qual possui elementos arquitetônicos rústicos e modernos. 

O protetor evitará a incidência intensa do sol, da chuva e permitirá boa iluminação e circulação da ventilação. 

Outro ponto que merece destaque é que o ambiente possui ventilação cruzada (efeito chaminé - com saída para a cobertura) - há abertura no vão da sala com área de 6m² (espaço da escada). Neste caso, há privilégio para higienização do ambiente e pouca radiação que penetra na casa é retirada (o seu calor) através das trocas de ar.

Um produto que oferece o aproveitamento de luz natural, sem deixar de lado a segurança, é o policarbonato, que nos oferece diversas opções de cores e consequentemente o controle de nível de iluminação que o ambiente necessita.

As placas de policarbonato podem aproveitar até 90% da iluminação natural, resultando em uma diminuição de custos com energia elétrica. Para ambientes onde a preocupação com a temperatura ambiente é um fator importante, o policarbonato oferece placas de policarbonato alveolar refletivo e placas de policarbonato compacto refletivo, que possuem uma coloração especial que refletem os raios solares permitindo assim um ambiente com temperatura controlada. 

Abaixo seguem alguns modelos de protetores para as janelas e até mesmo outros ambientes:

 

 

Cobogós_uso inteligente

Considerando o clima de Salvador, e por que não o do Nordeste ou do Sertão, é que podemos pensar na utilização de materiais construtivos menos sofisticados, mas não tão pouco eficientes. A escolha por cobogós em uma edificação com fachadas que são invadidas pela luz solar com intensidade pode minimizar o impacto e, ainda assim, harmonizar o ambiente. Basta apenas a elaboração de um excelente partido arquitetônico!

“Evitemos essa arquitetura de volumes puros e isolados... exploremos a longa projeção... a fachada sombreada e aberta."
"Combinemos as paredes compactas com os panos vazados, para que filtrem a luz e deixam a brisa penetrar."

"Evitemos as desprotegidas fachadas envidraçadas... onde só se pode permanecer de cortinas fechadas isolado do exterior."

A sombra conforta os dias mais quentes e ensolarados no semi-arido. As áreas pavimentadas como praças de convívio e estacionamentos são arborizadas para evitar o aquecimento em demasia dos pisos.  Árvores da Caatinga são caracterizadas pela baixa estatura e pela superficialidade de suas raizes. Árvores do Cerrado brasileiro se adequam bem ao clima, sendo a alternativa mais indicada para a arborização do conjunto.

"Livremo-nos dessa dependência cultural dos países mais desenvolvidos, que retardou a afirmação de uma arquitetura despojada e brasileira... " "Rejeitemos os jardins de vegetação delicada... acolhamos o caráter selvático da natureza tropical."

Textos entre aspas e em itálico retirados do livro Roteiro para Construir no Nordeste, Armando de Holanda, Recife, 1976. Ver em: http://70.32.107.157/revistas/read/projetos/09.097/2943?page=3